Autor: Hermann Hesse
Páginas: 504
Editora: Record
*Livro cedido em parceria com a editora
Sinopse: “Um romance que consegue um feito raro: ser universal e atemporal” – The New York Times Books review.
O que seria este O jogo das contas de vidro, fundamento do último romance de Hermann Hesse, publicado em 1943? Seu título, Das Glasperlenspiel, literalmente “O jogo das pérolas de vidro”, remete a uma atividade lúdica, mas puramente intelectual, cujas raízes podem ser localizadas originalmente no pensamento de Pitágoras, renascendo na gnose, no humanismo hermético do Renascimento, com ressonâncias em Descartes e Leibniz. O nome do jogo se originaria no fato de Bastian Perrot, teórico musical, utilizar contas ou pérolas de vidro em lugar de signos gráficos na notação de melodias. Neste romance descreve-se uma comunidade mítica, na qual intelectuais dedicados à música, à astronomia, à matemática se deleitam na prática de uma atividade lúdica complexa e requintada, último avatar de uma cultura. Os jogadores procuravam criar uma linguagem secreta, universal, que exprimisse como uma álgebra simbólica a quintessência do conhecimento, à maneira dos sonhos dos antigos sábios.
A ação se passa em 2200, na comunidade utópica de sábios reunidos na Castália. Segundo estudiosos da obra de Hesse, o herói José Servo e sua autobiografia fictícia representam a vida que o autor teria almejado. Ele tem a missão de ensinar aos monges beneditinos o jogo das contas de vidro, pois a ordem laica que representa deveria estabelecer relações com a ordem religiosa dirigida por padre Jacobus, um historiador. Por intermédio dele, Servo, atuando como magister ludi (mestre do jogo), descobre o valor da história, questiona seu universo e rebela-se. Unindo a sabedoria do Ocidente e do Oriente, Hesse nos conduz em O jogo das contas de vidro a um desfecho surpreendente numa obra construída com lições de muitos mestres.
Olá amantes, tudo bem? A resenha de hoje é do livro "O jogo das contas de vidro", do autor Hermann Hesse. O livro foi escrito em 1943 e foi premiado com nada menos do que o prêmio Nobel de literatura, consagrando Hesse como um dos maiores autores do século XX e foi escrita pelo nosso colaborador Leonardo Santos.
Começar a ler O Jogo das contas de vidro com isso em mente me assustou um pouco, mas ao mesmo tempo me deixou extremamente curioso para conhecer sua escrita (já que nunca havia lido nada do autor antes), ao me deparar com um cenário futurista utópico então... Mas enfim, vamos a história.
Não sabemos o que de nós quer Deus
Que, barro em suas mãos, conosco brinca,
Barro mudo e moldável que não ri nem chora,
Barro amassado que nunca coze."
Em 2200 a sociedade humana vive em um sistema de crença intitulado a ordem de Castália, essa espécie de culto é composta por seres elitizados e extremamente relevantes para a sociedade em questão. Aos que entram nessa sociedade de Castália, a doutrina que é exercida para que seus valores sejam enraizados na mente dos participantes é feita desde cedo! E foi assim que José Servo, o nosso protagonista, foi criado.
Nesse sistema de ensino existe então os Jogo de Avelórios, uma espécie de evento anual onde acadêmicos eram testados nos conhecimentos a respeito das áreas de Matemática e música. Na primeira parte do livro somos guiados a entender como os jogos funcionam.
Ser enfim como a pedra sólido! Durar uma vez!
Eternamente vivo é este o nosso anseio
Que medroso arrepio permanece apesar de eterno
E nunca será o repouso no caminho."
Já na segunda parte temos uma espécie de biografia do então protagonista, achei bem interessante a forma como o autor vai trabalhando com os gêneros literários durante o texto, seja ao fazer uma biografia fictícia do personagem ou até mesmo na fragmento em forma de poesia que vemos no começo da terceira parte.
Não é um livro fácil de ser lido, isso eu garanto. O trabalho do autor aqui é realmente complexo e bem filosófico, sinto que nadei na superfície do livro, mas ainda sim gostei muito de me aventurar na trajetória lúdica e até mesmo bizarra de Hessen. Li em alguns lugares que este seria um romance de ideias do autor e concordo plenamente! Pena este ter sido seu último trabalho, mas agora mal posso esperar para me aventurar no restante de sua obra!