{RESENHA} A ODISSEIA DE PENÉLOPE - MARGARET ATWOOD

Título: A odisseia de Penélope
Autora: Margaret Atwood
Páginas: 128
Editora: Rocco
*Livro cedido em parceria com a editora

Sinopse: Em uma surpreendente releitura contemporânea de A odisseia de homero, Margaret Atwood decide dar voz à Penelope e suas doze criadas enforcadas para responder duas grandes perguntas: qual é o real motivo do enforcamento das criadas? E o que Penelope realmente estava planejando?
Ao reimaginar o episódio, a autora se utilizou de várias fontes – Já que a Odisseia de Homero não é a única versão da história – para criar uma obra ao mesmo tempo inteligente, bem humorada e reflexiva. Na Odissseia de Penelope, Atwood subverte a narrativa original e concede a sua heroína uma nova vida e realidade, e se propõe a dar uma resposta a um antigo mistério.



Olá amantes, tudo bem? Hoje a resenha é do livro "A odisseia de Penélope", de Margaret Atwood publicado pela editora Rocco! E a resenha de hoje é do nosso colaborador Léo.


A autora de O conto da Aia nos brinda com uma releitura de um dos maiores clássicos da literatura ocidental. Você já deve ter ouvido falar da Odisseia de Homero, dividido em dois blocos narrativos (A Odisseia e a Ilíada), a narrativa do poeta grego é dividida em 24 contos que narram os episódios do nono ano da famosa Guerra de Troia. As batalhas iniciadas quando Helena, esposa do rei de Esparta, é raptada por Páris, príncipe de Troia, desencadeiam também um duelo entre deuses e humanos.

Não tínhamos voz
Não tínhamos nome
Não tínhamos escolha
Só tínhamos uma face
Uma mesma face


Levamos a culpa
Não foi justo
Agora estamos aqui
Estamos todas aqui
Assim como você"

Nisso, temos o nosso herói em jornada, Odisseu, que parte em suas aventuras e deixa sua mulher, Penélope, à mercê de toda a politicagem do reino que é obrigada a administrar. Penélope é retratada como a esposa paciente e virtuosa, que mantém-se a espera de seu marido durante todo o poema. Pouco conhecemos sobre sua jornada ou ponto de vista... até então.


Atwood toma Penélope e as escravas de corte como protagonista desse seu romance. Ao contrário do original, a obra de Atwood é híbrida entre texto dramático (versos e estrofes) e texto em prosa. Aqui, Penélope relata suas vivências de um além-vida: desde sua infância e adolescência (casando-se com Odisseu aos 15 anos), até sua fase adulta, da qual precisou contornar todos os homens da corte para não ser forçada a casar-se novamente, dado o status de desaparecido do rei Odisseu.


Eu sabia que não adiantaria tentar expulsar os pretendentes indesejáveis, ou trancar as portas do palácio para impedir sua entrada. Se eu tentasse, eles apelariam para a violência e atacariam para obter pela força o que tentavam conseguir pela persuasão. Mas eu era filha de uma náiade: lembrei-me do conselho de minha mãe. Seja como a água, disse com meus botões. Não tente se opor a eles. Quando tentarem agarrá-la, escorregue por entre seus dedos. Contorne-os."

Achei brilhante a ideia de Margaret em revirar o clássico em sua releitura. Por mais que seja um livro curto (com cerca de 120 páginas), seu material é preciso e direto ao ponto, carregando consigo um certo tom sarcástico e contemporâneo, indico muito essa leitura para aqueles que querem ver o outro lado da história de uma forma muito mais simples do que a original!



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