{RESENHA} CAÇADAS DE VIDA E DE MORTE - JOÃO GILBERTO RODRIGUES DA CUNHA

Título: Caçadas de vida e de morte
Autor: João Gilberto Rodrigues Da Cunha
Páginas: 400
Editora: Arqueiro
*Livro cedido em parceria com a editora

Sinopse: No final do século XIX, o sertanejo Tonho Pólvora compra a fazenda Alvorada, no interior de Minas Gerais. Com trabalho duro e falando a língua da terra, ele faz o lugar prosperar e se torna uma das lideranças da região.
Na mesma época, em São Paulo, o jovem contador José Antônio dá um golpe na empresa onde trabalha e se lança, em fuga, para o interior do país, atrás de um lugar seguro para se estabelecer.

O primeiro é uma presença inspiradora que tem o dom de extrair o melhor das pessoas. O outro só pensa nos próprios interesses e causa destruição por onde passa.

Quando essas duas forças antagônicas se cruzam, o resultado é uma teia de intrigas que se estende em todas as direções e enreda tudo pelo caminho.

Tendo como pano de fundo a colonização do Triângulo Mineiro desde o fim do Império até os primeiros anos da República, Caçadas de vida e de morte é uma história de obsessão e vingança, um épico sertanejo único que reflete a sensibilidade das narrativas de Guimarães Rosa e Graciliano Ramos.

Olá amantes, tudo bem? Hoje a resenha será do livro "Caçadas de vida e de morte", escrito por João Gilberto Rodrigues da Cunha e publicado recentemente pela editora Arqueiro! O autor de origem mineira evoca o melhor da literatura regional para tecer sua narrativa que evoca um grande romance nacional, mas antes de irmos aos pontos positivos e negativos, vamos a história!


Ambientado no final do século XIX, acompanhamos a trajetória de dois homens completamente opostos: Primeiramente temos Tonho Pólvora, uma figura trabalhadora que consegue comprar uma pequena fazenda no interior do estado de Minas Gerais, sua tentativa de gerar lucro com a terra irá exigir uma enorme quantidade de serviço, todavia Tonho encara isso como um desafio a ser superado.

A segunda figura se chama José Antônio, um homem ardiloso que foge do estado onde morava depois de aplicar um golpe na empresa onde trabalhava. O destino de José de Tonho se cruzam de forma trágica, e a partir daí uma narrativa de vingança vai se tecendo até chegarmos em um grande conflito.


Bom, eu amo literatura nacional e tenho uma paixão enorme por narrativas que se passam no sertão mineiro, como as de Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. Aqui nós temos uma história repleta de referências a esses grandes mestres da literatura nacional, uma narrativa histórica e com personagens extremamente ricos que atribuem em muito ao desenvolver do plot em si.

Com uma linguagem que remete muito ao dialeto local, a ambientação do autor é maravilhosa e profunda no que se diz aos costumes da região e época. (Isso pode ser um problema para alguns leitores e leitoras). Outra questão que me incitou muito a continuar a ler é a sede de vingança que vai crescendo na história e em nós conforme as páginas vão passando!


José é uma figura da qual eu criei um ódio gigante! Lia cada página esperando pelo seu fim fatídico (juro!), e foi um sentimento que me guiou durante toda a leitura, todo momento eu torcia por Manuel (o policial atrás dele) o encontrasse logo!

Por fim, a ambientação social-política de um país em formação é bem forte, o que acaba tornando a leitura ainda mais rica! Minha recomendação se dá para aqueles que querem explorar mais o cenário literário nacional e também a respeito da história do próprio país em uma narrativa fluída e instigante.



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